quarta-feira, 24 de novembro de 2010

MACHESA

Povo, Como Faz tempo que não tem humor nesse blog, farei algo que quase nunca faço (além de postar), colar aqui algo que recebi por e-mail, é que esse é realmente bom, eu ri litros....


enfim...

Diferenças entre Macho, Homem, Semi-Homem, e Gay

1- ESPORTES


a.. Futebol, automobilismo, sinuca, truco = MACHO
b.. Boliche, voleibol, basquete, natação = TENDÊNCIAS GAYS
c.. Aeróbica, spinning = GAY
d.. Patinação no Gelo, Ginástica Olímpica = GAYZAAAÇO
e.. Os mesmos anteriores, usando short de lycra = BICHA LOUCA MAROMBADA

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2 - COMIDAS

a.. Capivara, javali, comida muito apimentada = CONAN
b.. Churrasco, Massas, Frituras = MACHO
c.. Peixe e salada = FRESCO
d.. Sanduíches integrais, frutos do mar = GAY
e.. Aves acompanhadas de vegetais cozidos no vapor = BICHA ASSUMIDA

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BEBIDA
a.. Cachaça, cerveja, whisky = MACHO
b.. Vinho, vodka = HOMEM
c.. Caipifruta = GAY
d.. Suco de frutas normais e licores doces = MUITO GAY
e.. Suco de açaí, carambola, cupuaçu, com adoçante = BICHONA

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4 - HIGIENE

a.. Toma banho rápido, usa sabão em barra = LEGIONÁRIO
b.. Toma banho rápido, usa xampu e esquece das orelhas ou do pescoço = MACHO
c.. Toma banho sem pressa e curte a água = HOMEM
d.. Demora mais de meia hora e usa sabonete líquido = TENDÊNCIAS GAYS
PREOCUPANTES
e.. Toma banho com sais e espuma na banheira = CLODOVIL

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5 - CERVEJA

a.. Gelada e em grandes quantidades = DESTROÇADOR
b.. Só cervejas extra, premium e importadas = HOMEM FINO DEMAIS
c.. Só uma às vezes para matar a sede = BICHICE SOB CONTROLE
d.. Com limão e guardanapo em volta do copo = BICHA
e.. Sem álcool = GAZELA SALTITANTE

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6 - PRESENTES QUE GOSTA DE GANHAR

a.. Ferramentas = OGRO
b.. Garrafa de whisky = MACHO
c.. Eletrônicos, informática, roupas de homem = HOMEM MODERNO
d.. Flores = VIADO
e.. Velas aromáticas, perfumes,doces caramelados, bombons =DONZELA VIRGEM

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7 - CREMES

a.. Só creme dental = CAVALO
b.. Protetor solar só na praia e piscina = HOMEM MODERNO
c.. Usa cremes no verão = BICHA FRESCA
d.. Usa cremes o ano todo = BICHONA TOTAL
e.. Não vive sem hidratante = FILA DE ESPERA DA OPERAÇÃO PRA TROCA DE SEXO

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8 - ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

a.. Animais de quê? = BRUTUS
b.. Tem um vira-lata que come restos da comida = HOMEM
C.. Tem cão de raça que só vive dentro de casa e come ração especial =
TENDÊNCIAS GAYS MUITO PREOCUPANTES
d.. O cão de raça dorme na sua própria cama = BICHA
e.. Prefere gatos = VERA VERÃO

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9 - PLANTAS

a.. Nem pra comer = TROGLODITA
b.. Come algumas de vez em quando = RAMBO
c.. Tem umas no quintal, mas nem são regadas = HOMEM
d.. Tem plantinhas na varanda do apartamento = VIADO
e.. Rega, poda e conversa com as flores do jardim = MAX FIVELINHA

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10 - RELAÇÃO COM ESPELHO

a.. Não usa = VIKING
b.. Usa para fazer barba = MACHO
c.. Admira sua pele e observa seus músculos = GAY
d.. Idem c, e ainda analisa a bunda = BICHA LOUCA
e.. Admira-se com diferentes camisas e penteados = TRAVECO

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11 - CABELO

a.. Não penteia = GENGHIS KHAN
b.. Penteia uma vez, antes de sair = MACHO
c.. Penteia várias vezes ao dia = FRESCO
d.. Não pode ver uma vidraça que pára pra arrumar = ME-NI-NA
e.. Dá dicas de cortes da moda = UUUUUUUUUUI! !! ME COLORE QUE TÔ BEEEEEEEEEGE! !

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12 - CARROS

a.. Maveco V8 = BRUTU´S (Come asfalto !!!!)
b.. Opala 6cc = KONAN (Arranca asfalto com a unha !!!)
c.. Omega 6cc, Blazer 6cc, BMW 6cc - MACHO !!!
d.. Veronão 95 Reliquia - HOMEM
e.. Focus Sedan no GNV - Bicha fresca
f.. Fiesta 1.0 , Punto, Peugeot - Bichinha moderninha !!!
g.. Celta, CrossFox, Ford KA = BO - NE - CA !!!!


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13 - SATISFAÇÃO COM AS CLASSIFICAÇÕES ACIMA

a.. aqueles que estão morrendo de rir: MACHO !!!
b.. nao acharam graça: Bichonas !!!
c.. nao concordam: Bichinhas revoltadas !!!
d.. Deleta e não repassam: Viado, viadinho, viadão !!!!!!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sabedoria

Vc Sempre me ensinou...
a responder a todos os males, tudo de ruim...
com um sorriso!




























OBRIGADO CORINGA!

domingo, 14 de novembro de 2010

Tipo Fênix, ressurgindo de novo

Pois é, mais uma ausência nefasta, pra se ter idéia passei por 2 empregos nesse meio tempo, e outras coisitas aconteceram em minha conturbada vida, me deixando ausente ao extremo desse recanto virtual....

hj vou simplesmente colar um texto acerca de religião de Rodrigo Cavalcante,"Procura-se um Deus" - (Revista Superiteressante). Apesar de longo, o texto é sensacional, vale a pena ler!

Em pleno século 21, a humanidade continua tentando conciliar fé e razão. Mas será que algum dia a ciência terá condições de provar que foi mesmo Deus (ou alguma outra entidade superior) quem criou o Universo e determinou os rumos da evolução?

O zoólogo Richard Dawkins e o paleontólogo Simon Conway Morris têm muito em comum: lecionam nas mais prestigiadas universidades da Grã-Bretanha (Dawkins em Oxford e Morris em Cambridge) e compartilham opiniões e crenças científicas quando o tema é a origem da vida. Para ambos, a riqueza da biosfera na Terra é explicada mais do que satisfatoriamente pela teoria da seleção natural, de Charles Darwin. Os dois também concordam que, caso a história do nosso planeta pudesse ser reproduzida em outro lugar, a evolução provavelmente seguiria um rumo bem parecido ao observado por aqui, inclusive com o aparecimento de animais de sangue quente, como nós. Num encontro realizado na Universidade de Cambridge em outubro, porém, eles protagonizaram um novo round de um debate que divide a humanidade desde que o mundo é mundo: Deus existe? Morris, cristão convicto, afirmou na palestra promovida pela Fundação John Templeton (cuja missão é "explorar as fronteiras entre teologia e ciência") que a "misteriosa habilidade" da natureza para convergir em criaturas morais e adoráveis como os seres humanos é uma prova de que o processo evolutivo é obra de Deus. Já o agnóstico Dawkins disse que o poder criativo da evolução reforçou sua convicção de que vivemos num mundo puramente material. O debate entre Dawkins e Morris, como já foi dito, não é novo, longe disso. De um lado, é óbvio que sempre haverá bilhões de pessoas que acreditam em Deus. Ao mesmo tempo, dificilmente vamos viver para comprovar Sua existência (ou inexistência). Entender alguns laços que unem ciência e religião e mostrar como essa relação vem mudando ao longo dos tempos é o tema desta reportagem.

Durante muitos séculos, Deus (e só Ele) foi apresentado como o principal responsável pelo sucesso da aventura humana sobre o planeta – nas artes, nos livros, nas escolas e nas igrejas. Até que a ciência começou a mostrar que isso não era necessariamente verdade. Na década de 1860, a teoria da seleção natural e da evolução das espécies, de Charles Darwin, lançou as primeiras dúvidas consistentes acerca da influência divina sobre a ordem da vida na Terra. Com o passar dos anos, mais e mais pesquisadores passaram a defender que o destino da humanidade era abandonar gradativamente a fé e a religião em nome da crença em explicações "objetivas" para os fenômenos naturais. "No fim do século 19, os cientistas acreditavam estar muito próximos de uma descricão completa e definitiva do Universo", escreveu o físico britânico Stephen Hawking.

No século 20, Nietzsche, Marx, Freud, Sartre e outros chegaram a apostar na "morte" de Deus e no início de uma "era da razão". Não é preciso ser um especialista para saber que esse triunfo não se concretizou. Ao contrário. O que se observa hoje é uma revalorização da fé, inclusive entre os cientistas, como Simon Morris. "Ao longo da história, a relação do homem com o sagrado tem se mostrado um traço extremamente persistente", diz Oswaldo Giacoia Júnior, professor de história da filosofia moderna e contemporânea da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp. "Nos regimes socialistas em que a religião era proibida as pessoas substituíam a fé por uma ideologia."

Cabe, então, à ciência provar a existência de Deus? O paleontólogo americano Stephen Jay Gould acredita que nenhuma teoria (nem mesmo a da evolução) pode ser vista como uma ameaça às crenças religiosas, "porque essas duas grandes ferramentas da compreensão humana trabalham de forma complementar, e não oposta: a ciência para explicar os fenômenos naturais e a religião como pilar dos valores éticos e da busca por um sentido espiritual para a vida". É por pensar assim que ele sempre se colocou do lado dos pesquisadores que são contra misturar ciência com religião.



Quem é Deus?

O cabelo e a barba grisalhos denunciam a idade, mas o corpo é forte e musculoso. Os traços da face transmitem a autoridade de quem não hesitará em agir sobre o mundo caso seja necessário. Para bilhões de ocidentais, a pintura de Michelangelo no teto da capela Sistina, no Vaticano, é a síntese perfeita de Iavé, o Deus bíblico, aquele que "criou tudo em 6 dias". Como diz o escritor americano e ex-jesuíta Jack Miles, autor de Deus, uma Biografia, mesmo quem não acredita continua moldando seu caráter por influência dessa imagem. Miles faz uma análise surpreendente da Bíblia, ao tratar de Deus como um personagem literário. O resultado é que, como protagonista do livro mais influente da história, Iavé revela uma personalidade que oscila bastante em relação à sua criação – como no momento em que ordena o dilúvio, para tentar "consertar" tudo.

Mas esse Deus é apenas uma entre inúmeras concepções de divindades. Não há sequer consenso em torno do número de deuses. Para mais de 750 milhões de hindus, existem centenas deles, como Brahma, Shiva e Krishna, para ficar nos mais conhecidos. Em rituais xamânicos de origem indígena, os deuses incorporam até em plantas e animais. E para mais de 350 milhões de seguidores do budismo, não há sequer uma divindade a cultuar – apenas Buda, um homem que atingiu a iluminação e virou guia espiritual. Como, então, a ciência pode encontrar Deus?

Apesar disso, os estudiosos sabem que há algo em comum entre essas crenças. Sem exceção, elas acreditam que há uma ordem, uma espécie de propósito (ou, se você preferir, sentido) no Universo. Nenhuma religião trabalha com o pressuposto de que o acaso e a indiferença regem as nossas vidas. Curiosamente, foi a busca por essa ordem que acabou impulsionando o avanço da própria ciência.



Da geometria ao acaso

No século 18, a maioria dos filósofos e cientistas acreditava piamente que a humanidade estava prestes a decifrar (integral e definitivamente) a ordem do Cosmos. Na época, havia motivos de sobra para tamanho otimismo: fazia mais de 100 anos que Isaac Newton publicara Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, considerada até hoje a obra mais importante da história da física. Nela, Newton não apenas descreveu como os corpos se deslocam no espaço e no tempo, mas desenvolveu a complexa matemática necessária para analisar esses movimentos. Segundo essa teoria, as leis do Universo eram estáveis e previsíveis, como se tivessem sido projetadas por um craque da geometria. Em 1794, o escritor, poeta e artista plástico inglês William Blake resumiu essa idéia ao desenhar Deus (um velho barbudo, como o de Michelangelo) criando o mundo com um compasso na mão. "A metáfora do Deus geômetra deriva da velha idéia platônica de um Universo dualista, em que há a necessidade de existir uma ordem, mas continua influenciando a ciência até hoje", diz o brasileiro Marcelo Gleiser, autor de O Fim da Terra e do Céu e professor de física e astronomia da Faculdade de Dartmouth, nos EUA.

A imagem de Deus, nesse sentido, era perfeitamente compatível com a visão científica do mundo da época. Os problemas só surgiam quando alguém tentava juntar as mais recentes descobertas da ciência com a história bíblica da Criação. Afinal, o estudo das camadas geológicas que formaram a Terra já provava que nosso planeta tinha milhões de anos – e não 5 mil, de acordo com os cálculos de Santo Agostinho. Mas bastava esquecer "detalhes" como esse para que todos fossem dormir felizes, conscientes de que o Universo tinha sido mesmo obra do Criador. Até que...

Se havia uma ordem no Universo, nada mais natural que ela comandasse todas as forças da natureza. E o homem, é claro, era visto como o exemplo máximo da perfeição da vida sobre a Terra. Mas Charles Darwin apresentou sua teoria sobre a seleção natural das espécies e colocou em xeque a idéia de que Deus era o responsável por tudo isso que está aí. Vale lembrar que Darwin nunca disse que o homem descendia dos macacos – apenas que homens e macacos eram parentes evolutivos com um ancestral comum (os paleantropólogos estimam, hoje, que esse "tataravô" viveu em algum momento entre 4 milhões e 6 milhões de anos atrás). Ainda assim, muita gente não aceitou a idéia de que as espécies vivas, incluindo a nossa, possam ter se desenvolvido graças apenas à seleção natural, tendo evoluído quase por acaso em meio a tantas outras espécies. O fato é que o estudo da história da vida em nosso planeta comprovou que, durante milhões de anos, outras espécies reinaram por aqui sem que houvesse nenhuma necessidade da existência dos homens. Como bem resume o cientista americano Carl Sagan no seriado de televisão Cosmos, recentemente relançado em DVD pela super, se a história do Universo fosse condensada em apenas um ano, o aparecimento da espécie humana teria ocorrido nos últimos instantes do dia 31 de dezembro.

E o avanço da física deixou claro que, se o Universo fosse um relógio, nem sequer o tempo marcado por ele seria preciso. Em 1905, Albert Einstein publicou seu estudo da Teoria da Relatividade que, resumidamente, pôs fim à idéia de tempo absoluto. A estabilidade perfeita das leis de Newton começou a se despedaçar para sempre. Logo em seguida, o estudo da mecânica quântica revelou que não é possível sequer prever a posição exata de partículas subatômicas, obrigando os cientistas a se contentar em trabalhar com probabilidades. Apesar de ter ajudado a destruir a velha noção de ordem no espaço e no tempo, Einstein acreditava cegamente que a natureza funcionava (ou deveria funcionar) segundo regras bem definidas – e não de maneira aleatória, como num grande jogo de azar. Numa carta para o físico Max Born, Einstein escreveu: "Você crê em um Deus que joga dados e eu, na lei e na ordem absolutas." Se para um cientista como Albert Einstein não era fácil lidar com o acaso e o caos, imagine para os que acreditam na religião.

Do ponto de vista da física pura, porém, é importante ressaltar que todo esse papo de criação do Universo tem pouca (ou nenhuma) importância. Não fosse pela descoberta da teoria do big-bang (segundo a qual ele surgiu após uma grande explosão), nem sequer haveria a necessidade de provar que houve uma "hora zero", afinal o tempo e o espaço são mesmo relativos, não é mesmo? Curiosamente, o big-bang passou a ser considerado por muitos fiéis a "evidência científica" de que a Bíblia está certa ao descrever o "início de tudo". Talvez para tentar explicar a incompatibilidade existente entre a física das partículas subatômicas e a Teoria da Relatividade, muitos pesquisadores têm discutido atualmente a chamada Teoria das Supercordas, que propõe uma explicação unificada capaz de preencher essas lacunas. "De qualquer maneira, essa tese é mais um desejo de encontrar uma ordem do que algo validado cientificamente", diz o físico Marcelo Gleiser.

E se a ciência conseguisse achar essa tal ordem no Universo, será que isso seria a prova da existência de Deus? Ou será que a busca pelo divino não passa de uma necessidade inventada pelo homem para colocar um sentido em tudo (afinal, até onde se sabe, somos os únicos animais que tentam entender por que existe a morte)? Nas últimas décadas, o que se tem visto é um acirramento das diferenças entre aqueles que acreditam que a complexidade da vida só pode ser explicada por uma inteligência superior e aqueles que defendem que a inclinação para acreditar em Deus é apenas um traço biológico da nossa espécie, ou seja, somos programados para ter fé. É o que veremos nas próximas páginas.



Deus vai à escola

Dover, no estado americano da Pensilvânia, é uma daquelas cidades tão pequenas que mal dá para avistar seu núcleo urbano da altura média de vôo de um jato comercial. A pacata vida de seus 1814 habitantes, a maioria descendente de alemães, quase nunca foi notícia nos grandes jornais dos EUA. Tudo mudou no dia 18 de outubro deste ano, quando teve início o julgamento sobre a grade curricular de uma escola pública local que decidiu dedicar parte das aulas de biologia ao estudo de uma teoria conhecida em inglês como intelligent design (algo como projeto ou desenho inteligente, numa tradução livre para o português). Seu principal cartão de visita é o fato de se contrapor à tese de Darwin sobre a seleção natural e a evolução das espécies. Como a Constituição americana garante a total separação entre a Igreja e o Estado, alguns pais acharam que a direção do colégio estava muito perto de misturar ciência e religião, apelaram para a intervenção da Justiça e o debate pegou fogo no país.

Nas salas de aula em questão, as crianças e jovens aprendem que várias tarefas altamente especializadas e complexas do organismo humano – como a visão, o transporte celular e a coagulação, entre outras – só podem ser explicadas pela ação de uma força maior ou, em outras palavras, pela intervenção de um ser superior, capaz de bolar o tal desenho inteligente do nosso corpo e da nossa mente. Para a maioria dos biólogos do planeta, contudo, essa tal inteligência não passa de um novo nome para um velho conceito: o criacionismo bíblico, segundo o qual estamos na Terra apenas porque saímos da prancheta (ou da imaginação) divina para nos reproduzir "à Sua imagem e semelhança".

Se, como já foi dito no início do texto, há muitos cientistas que não vêem motivos para buscar as impressões digitais de Deus na história do Universo, outros tantos acreditam que as teses de Darwin têm falhas e, como tal, precisam ser ensinadas nas escolas "em toda sua amplitude", ou seja, alertando os alunos para o fato de que há controvérsias a respeito das descobertas que o jovem naturalista inglês fez a bordo do navio Beagle. Os defensores do desenho inteligente juram que não têm nenhuma ligação com os criacionistas do século 19, que difundiam uma interpretação literal do Gênese para conter a rápida e eficaz disseminação das teorias darwinistas – apesar das críticas da maior parte dos colegas da comunidade científica.

"Uma coisa é você tentar justificar uma fé usando argumentos científicos, outra é descobrir uma teoria científica que pode ser compatível com a fé", disse à Super o bioquímico Michael J. Behe, pouco depois de depor no julgamento em defesa da "nova tese". Professor da Universidade de Lehigh, na Pensilvânia, e autor do livro A Caixa-Preta de Darwin, ele diz que, se toda formulação científica compatível com uma crença religiosa tivesse de ser descartada automaticamente pelos pesquisadores, os astrônomos jamais poderiam aceitar os estudos sobre o big-bang. "Estou apenas defendendo o direito dos estudantes de terem acesso a outras idéias sobre a criação do Universo", afirmou Behe.

A discussão em torno do ensino de ciências – inclusive com a interferência do Poder Judiciário – não é nenhuma novidade nos EUA. No início dos anos 20, muitos estados americanos simplesmente proibiram os alunos de ter aulas sobre as teorias evolutivas de Darwin. Em 1925, teve início um julgamento que, num primeiro momento, levou à condenação de um professor do ensino médio do Tennessee simplesmente porque ele acreditava que somos parentes dos macacos (e dizia isso em classe). Após sucessivos recursos de ambos os lados, o processo só terminou em 1968, quando a Suprema Corte decidiu que qualquer iniciativa no sentido de definir o currículo escolar com base em crenças religiosas era inconstitucional.

É por isso que tantos vêem o desenho inteligente como uma espécie de cortina de fumaça para colocar Deus de volta nas salas de aula? Será que, do ponto de vista científico, o desenho inteligente tem consistência? "Por enquanto, não", afirma Vera Volferini, professora de genética e evolução da Unicamp. Segundo a bióloga, não existem ainda argumentos científicos que sejam tranqüilamente aceitos pela maioria dos pesquisadores. "Teorias como essa presumem que o ser humano é o resultado de um projeto perfeito, o que não é verdade. É consenso entre os especialistas que o design humano, apesar de eficiente, está longe de ser inatacável biologicamente. A próstata do homem, para ficar em apenas um exemplo, não segue um desenho anatômico ideal", diz ela. E é justamente essa falha na concepção que provoca muitos problemas que afetam boa parte dos machos da espécie. Além disso, por que não poderíamos ter mais de 5 dedos em cada mão? Vera explica que, ao menos do ponto de vista biológico, temos esse número de dedos não porque seria um problema ter um ou dois a mais, mas porque fazemos parte de uma espécie cujo ancestral, há milhões de anos, tinha (por acaso) 5 dedos.

No Brasil, a teoria criacionista já desembarcou também – nos colégios públicos do Rio de Janeiro e, por enquanto apenas nas aulas de religião (em 2002, um lei proposta pelo governador Anthony Garotinho incluiu a disciplina "religião confessional" no currículo escolar). A presbiteriana Rosinha Matheus (mulher de Garotinho), na época governadora, afirmou ao jornal O Globo que não acredita nas teses darwinianas. Apesar de o assunto não ser tratado nas aulas de biologia por aqui, o tema vem preocupando entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que já se manifestou contra a disseminação do criacionismo nas escolas fluminenses. "O problema não é ter ou não uma crença pessoal", diz Marcelo Menossi, professor de genética molecular da Unicamp. "O problema é tentar justificar e espalhar essa crença usando falsos argumentos científicos."



Genética da religião

Nos anos 60, a britânica Jane Goodall afirmou que algumas espécies podem ter a religiosidade gravada nos próprios genes. A pesquisadora ficou famosa ao estudar o comportamento de chimpanzés na Tanzânia. Numa de suas numerosas observações, descobriu que os macacos agiam de maneira nada usual diante de uma cachoeira, demonstrando o que ela batizou de senso místico e de reverência. "Alguns permaneciam sentados numa rocha em frente à queda d’água, como se estivessem encantados. Outros ficavam sob a queda d’água por mais de 50 minutos, quando normalmente nem gostavam de se molhar." Goodall concluiu que esse comportamento é um traço de religiosidade primitiva. E nós? Será que também nós humanos fomos "programados" para acreditar em Deus?

Para o biólogo Edward O. Wilson, um dos pioneiros da sociobiologia (ciência que se dedica a compreender o comportamento humano por meio da biologia), a predisposição para a religião é mesmo resultado da evolução genética do cérebro. Segundo ele, nossa inclinação para acreditar num ser superior pode ser resultado da submissão animal. Ele conta que entre macacos rhesus o macho dominante caminha com a cauda e a cabeça erguidas, enquanto os dominados mantêm a cabeça e a cauda baixas, em sinal de respeito ao líder – em troca, eles têm proteção contra os inimigos e acesso a abrigo e alimento. Segundo Wilson, a tendência de se submeter a um ser superior é herança dessas ações. "O dilema humano é que evoluímos geneticamente para acreditar em Deus, não para acreditar na biologia."

Essa seria uma das razões pelas quais Deus é sempre invocado quando precisamos lidar com temas etéreos (e muitas vezes polêmicos, como a bondade, a solidariedade etc.). "Afinal, se Deus for apenas uma constante física, é óbvio que ele não terá nada a dizer sobre ética, certo e errado ou qualquer outra questão moral", diz o britânico Richard Dawkins.

O radiologista Andrew Newberg e o psiquiatra Eugene D’Aquili (que morreu há 9 anos) resolveram buscar diretamente no cérebro a origem da experiência religiosa. Utilizando aparelhos de tomografia, eles revelaram as áreas mais ativadas pela meditação em 8 budistas e em um grupo de freiras franciscanas. A pesquisa, cujos resultados foram publicados no livro Why God Won’t Go Away ("Por que Deus não Vai Embora", sem tradução no Brasil), mostrou que durante as orações havia uma diminuição da atividade no lobo parietal superior, a área do cérebro responsável pela nossa orientação de tempo e espaço, pela sensação de separação entre o corpo e o indivíduo e pela delimitação entre o "eu" e os "outros". Ou seja, ao meditar criamos um bloqueio que provoca a sensação de unicidade típica do êxtase religioso.

Além disso, várias outras pesquisas comprovam que ter fé, independentemente de acreditar em um ou mais deuses, faz bem para o corpo e a mente, pois melhora as condições de saúde e aumenta a sensação de felicidade. A ciência ainda não conseguiu explicar se Deus criou o nosso cérebro com essa habilidade ou se foi a evolução que fez o cérebro criar esse portal para Deus. Mas nesta nova era de espiritualidade talvez isso não seja tão importante assim. O que conforta muita gente é acreditar que é possível melhorar o mundo pela fé.

Para muitos pesquisadores, o que distingue a ciência de outras visões de mundo é exatamente sua recusa em aceitar cegamente qualquer informação e sua determinação de submeter qualquer tese a testes constantes até que novos dados possam confirmá-la ou refutá-la. Essa visão baseia-se, entre outras coisas, na obra do filósofo vienense Karl Popper, que morreu em 1994. Segundo Popper, a ciência só pode tratar de temas que resistam ao que ele chamou de "critério de falseabilidade". Resumidamente, o papel do verdadeiro cientista é buscar, com persistência, erros em sua teoria – em vez de tentar achar dados que provem sua correção. Quanto mais genérica e exposta a falhas (ou seja, quanto mais "falseável"), menos provável ela é. Por outro lado, quanto mais resistente (menos falseável), maiores as chances de acerto, pelo menos até o próximo teste. É por isso que um grande número de estudiosos argumenta que não é papel da ciência provar a existência de Deus. "Não faz sentido alguém afirmar que, ao descobrir um mistério do Universo, está ajudando a decifrar a mente divina", diz o zoólogo britânco Richard Dawkins. Apesar disso, ele reconhece que é fascinante encantar-se diante dos mistérios da natureza – e das limitações científicas para explicá-los. Esse sentimento foi batizado pelo físico brasileiro Marcelo Gleiser de "misticismo racional". Em outras palavras, é uma espécie de declaração de amor pelos fenômenos naturais, que se concretiza por meio da pesquisa científica. Segundo ele, há um paradoxo por trás da incansável busca por uma ordem e um sentido no Cosmos. "Como o homem é o único ser capaz de amar, tem uma imensa dificuldade em aceitar que o Universo pode ser totalmente indiferente a ele", afirma.

"Se Deus não existe, tudo é permitido." A frase, que ficou célebre no livro Os Irmãos Karamazov, do russo Fiodor Dostoievski, resume uma das questões mais cruciais do mundo moderno: sem uma referência divina, passaríamos a viver numa espécie de vale-tudo moral? "Não necessariamente", diz o filósofo Oswaldo Giacoia Júnior, da Unicamp. "A busca de um código de valores sempre foi uma preocupação central da filosofia, sem necessidade de uma legitimação divina." No século 18, por exemplo, os ideais de igualdade e justiça social, aceitos hoje como uma preocupação ética, surgiram de formulações dos filósofos iluministas – que acreditavam ser possível defendê-los com base na razão, não na religião (na época, esse tema não era nada popular no Vaticano). Em meados do século 20, o francês Jean Paul Sartre, o pai do existencialismo – segundo o qual de nada adianta buscar um propósito da existência para além da vida humana –, disse que a nossa própria condição de seres que vivem em sociedade é suficiente para justificar a prática de valores solidários. E ainda hoje filósofos como o vienense Peter Singer (um dos mais ferrenhos defensores dos direitos dos animais) continuam defendendo uma série de condutas éticas baseadas na razão, não na fé. Mas será que a adoção pura e simples de uma ética sem Deus não pode nos levar a um racionalismo frio, capaz de ofuscar valores menos palpáveis, como a bondade? "A fé não se traduziu apenas em atos de paz e harmonia ao longo dos tempos", lembra Giacoia. "Dos grandes conflitos religiosos do passado ao moderno terrorismo fundamentalista, já foram cometidas inúmeras atrocidades em nome da ética religiosa em todo o mundo."

domingo, 22 de agosto de 2010

Reviravoltas

Salve pessoinhas!

To postando apenas pra relatar algumas reviravoltas na minha vida nos últimos dois mêses sem aparecer por aqui...

enfim, a começar pelo assunto do último post... o Workshop foi muito bacana, melhor que eu esperava, e ainda rolou uma mesa da minha Campanha de M&M (que talvez vire blog tbm) pouco depois, tivemos a RPGCon, onde levei meu Pupilo Ronaldinho, e tirando a nostalgia de rever algumas pessoas foi um evento fraco, um tanto vazio, mas bom de modo geral.
Em Julho recebi um aviso prévio na Produtora Picadeiro, bem chato, até achei que seria reversível, depois descobri que não, mas antes disso, no Meio pro fim do mês (dia 19) um casal de amigos supimpas casou-se! Felicidades pro Mau e pra Nataly!
Fiquei uma semana desempregado, pois fui demitido dia 6 de agosto (sexta-feira), e no dia 11 (quarta) um grande parceiro, amigão da época da Eco Produções me ligou dizendo que abrira vaga pra Editor na Emissora (sim amiguinhos, de TV) onde ele trabalha, a NGT canal 48 UHF (aqui em São Paulo), fui lá no dia seguinte, e a entrevista foi muito sussa.
Antes de Começar a trabalhar lá de fato fui na Bienal do Livro (se vc não foi perdeu, hj foi o último dia), e comprei quilos de gibis (principamente depois da confirmação do emprego novo), e fui visitar meu pai e minha avó paterna (num asilo, e em estágio final do mal de Alzheimer) no Interior.
Comecei lá dia 16 (segunda-feira) outro mundo, estou muito contente lá! Mas quinta-feira (19) fiquei triste... no final da tarde fiquei sabendo que minha avó paterna (a mulher que me criou praticamente, até meus 15 anos) havia morrido lá pelas 13 do mesmo dia... No dia seguinte faltei no serviço, nem sei se isso vai me prejudicar muito, mas foda-se!
Ontem (sábado) consegui passar um dia bom com a Ju, consegui aliviar os pensamentos, arejar a cabeça, e hj passei o dia sozinho, agora estou encarando um pouco melhor meu Luto, refletindo...

Adeus Vó!
Obrigado por tudo!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Workshop da MegaCorp.

Salve Pessoas!


Sei que ficou em cima da hora, e tudo o mais, porém tem bastante coisa pra fazer no trampo, e tá osso...

Sem mais delongas, to aki pra dizer que Eu e o Forrest (meu amigo/primo) iremos apresentar o Workshop de RPG da MegaCorp. esse mês! YEAH! O Tema é Sidekicks (os Ajudantes dos Heróis)



Fica aí o Convite (em cima da hora, eu sei, mas...)! Apareça!

domingo, 11 de abril de 2010

caçadores caçados

Voltando um pouco a esse "revival" do MdT 1.0!

Um dos melhores sub-sistemas do antig Mundo das Trevas, que espantosamente foi traduzido e publicado no Brasil pela Devir.


Caçadores Caçados (CC) também coloca os seus players como caçadores de Monstros, esse jogo é um antecessor do Hunter: The Reckoning desse post aqui.

No entanto os Caçadores Caçados não possuem poderes especiais, tampouco tiveram seus olhos abruptamente abertos ao sobrenatural, como no Imbuing dos Caçadores de HtR. Em CC os personagens descobrem sobre as criaturas que vagam o Mundo das Trevas, seja porque um ente querido é atacado por um Vampiro, ou porque a criação de gado é mutilada por um Lobisomem. Não importa o caso, o "mero" mortal presenciou atividade sobrenatural, e resolveu tomar uma atitude. Agora ele tem um Motivo para a caça. Alguns Caçam por Vingança (destruir o Vampiro que assassinou minha família), outros por Curiosidade (Ok, então aquele corpo que chegou no necrotério sem sangue foi de fato obra de um "vampiro", preciso ver onde isso vai dar, posso até ganhar um Pulitzer), outros, talvez religiosos, por Dever (esses seres são renegados do Inferno, e Deus me enviou para matá-los).
Cada caçador também tem um Método de caça, Científico, Investigativo, Armamento Pesado, Místico...
Mas o que chama realmente a atenção em CC são as muitas possibilidades, os personagens são humanos normais, também, no entanto se veem forçados a serem durões. Não recebem poderes místicos, tampouco se sentem coagidos a caçarem, eles caçam porque o sobrenatural invadiu (destruiu, alterou) o mundo deles.
Claro que também sobram casos de personagens apelativos, combistas e afins, mas o ponto alto de Caçadores Caçados, é o desenvolvimento do Personagem, assim como em muitos outros jogos de RPG, mas em CC é um pouco mais evidente, pois está ligado diretamente com a Sobrevivência do Personagem. Outras Mídias mostram isso. Por exemplo o Seriado Supernatural. Comparem John Winchester, o pai de família que teve a mulher assassinada de um modo terrível, jurou vingança contra a criatura que o fez viúvo, e se tornou simplesmente um dos Mais Renomados Caçadores do mundo!
Inclusive, em CC existe um antecedente (uma característica para os personagens, para os leigos em Mundo das Trevas) chamado Reputação, que indica justamente isso, o quão famoso é o seu Personagem entre outros Caçadores, e até Vampiros. Caçadores realmente bons são TEMIDOS pelos Vampiros.
Outra mídia que aborda o tema Caçadores x Vampiros é a Web Comic "Código Sagrado" Criada por Roberta Yukioshi seu marido H!RO em 2006 (se não me engano) e que sou fã assíduo nesse Fotolog, vcs podem conferir o relançamento do Prelúdio do Código Sagrado, e aqui, mais informações sobre a Trama, e o Mundo das Trevas.
Aproveito também pra agradecer o Casal pela homenagem a esse singelo fã, na forma de um Personagem caçador que fora sugestão minha, e leva meu nome!

ta aí o desenho do Personagem, Parece o Charles Bronsom (alguns podem não considerar, mas eu acho um elogio)

Se achou o Post Longo demais, o meu mais sincero Foda-se, eu gosto muito de Caçadores Caçados, e me empolguei mesmo abordando esse assunto!

domingo, 7 de março de 2010

The Baseballs!

Sim, estive ausente!
Sim, Muitas coisas ruins aconteceram!
Sim, Coisas boas tbm!
Como essa do Post de hj!

Semana Passada, por meio da Gorda (um grande amigo meu), vim a conhecer essa banda! The Baseballs, banda alemã que começou sua carreira em 2007 fazendo covers de músicas Pop em versão Rockabilly (ou seja 50's), sua Versão de Umbrella, virou um Hit na Alemanhã, e seu disco de estréia "Strike!" de 2009, foi primeiro lugar na Finlândia, Suécia, Suíça, e Noruega, segundo lugar na Alemanhã!

Curtam, é um ótimo disco, pra quem não gosta dessas porcariadas pop que insistem em surgir nesses anos 2000...

Umbrella


Hot'n'Cold



Pra quem Gostou:
http://www.4shared.com/file/118828366/d283bfa2/The_Baseballs_-_Strike__2009_.html?s=1

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Hunter: The Reckoning


Taí um jogo que almejei pro anos, e ano passado finalmente pude adquirir. Hunter!
Sabe quando você lê um livro, surge um sorriso no seu rosto, ao imaginar as situações que pode colocar na sua aventura, o modo como pode surpreender/assustar/inspirar seus players, as reviravoltas que podem vir a acontecer no decorrer do jogo. Hunter é cheio dessa sensação.

Um jogo sobre vingança, sobre dar o troco, sobre chutar-traseiros? Sim, e não... Do mesmo modo que alguns jogadores jogam Vampiro: a Máscara, outros jogam Vampiro: a Potência, Hunter pode ser The Reckoning (ou revanche, como ficaria o título em Português), ou pode ser The Hack'n'Slash (ou violência em demasia/gratuita).
Hunter é um jogo cheio de possibilidades interpretativas, afinal imagine o seguinte, um Personagem de um filme de caçador de monstros, Van Helsing (o BlockBuster msmo), mata destrói e salva o dia, mas mesmo ele um caçador caleijado, ainda sofre as dores da perda, como quando a mocinha morre (é a mocinha morre, caso você não tenha assistido ainda, sorry Spoiler). Agora visualize a cena:

"Parece mais um dia comum na vida de Tom, ele percorre o curto porém tortuoso trajeto do seu apartamento pra redação do jornal, acompanhando a decadência da grande metrópole com todos seus tons de cinza, da poluição, da chuva, do concreto, das bitucas de cigarro... Ao chegar em sua baia, vê uma folha de papel escrita com letras grosseiras 'Na minha sala, SR. THOMAS', Tom cabisbaixo vai até a sala cuja porta antiga possuí os dizeres 'Wesley Alexander Von Urden redator-chefe", ao enconstar na maçaneta, Tom sente um calafrio e escuta uma voz muito semelhante à sua própria, em sua mente, que lhe diz 'ele faz mais que notícias falsas, ele é uma vida falsa!' Atordoado Tom estranha-se, mas se recompõe ao ouvir o berro do corpulento chefe, e adentra a sala ainda mais cabisbaixo 'Isso são horas senhor Thomas!? Se estivéssemos em minha terra, onde os homens valorizam o trabalho-- Olhe pra mim enquanto falo arremedo de homem! - Esbravejava Wesley. Quando Tom ergue a cabeça, estremece-se com a horrenda visão que é seu superior. Decadente, Purefato, Fétido, mas o horror o abandona sendo substituído por um sentimento de estranheza, de que o que seus olhos castanho-claros enxergam está errado, como se ele acordasse pela manhã, e o céu ainda estivesse escuro, como se ele tivesse presenciado a mais sórdida das injustiças, como se uma verdade incontestável ruísse, mas não virasse notícia, e todas essas sensações tornam-se claras como a água que fluia no riacho perto do sítio de sua avó na infância... Monstros existem!"

Isso é uma prévia do chamado Imbuing, que é o momento que um Hunter descobre a verdade, esses sentimentos citados são o que levam o Hunter a agir contra o Sobrenatural, e essa tomada de atitude diferencia os Imbuídos, em (Creeds) Crenças, e guia seu modo de caçar por toda sua jornada caçando os pesadelos da infância, as lendas dos antigos, ou mesmo as criaturas de Hollywood. As (Creeds) Crenças, são similares aos Clãs de Vampiro, ou Tribos de Lobisomem, a típica divisão que a White-Wolf fazia no MdT Clássico, e repete no MdT 2.0

Vale notar que o nosso herói do exemplo acima é um mero jornalista, não um super-caçador, tampouco um cara normal que teve a vida invadida pelo sobrenatural, como os caçadores de "Caçadores Caçados". É simplesmente um pobre-coitado cujo os olhos foram abruptamente abertos pra verdade que é o Mundo das Trevas. É nesse ponto que alguns players combistas alegaram o típico "Hunter-Batman", é o "mero" humano que é um agente-especial da swat, praticante de krav-maga, entusiasta do ninjutsu. Seu player pode fazer um personagem assim? Pode, mas o próprio livro diz, ele vai perder metade da diversão que é jogar Hunter. Coloque-se na situação do Tom por exemplo, já seria difícil lidar com o chefe-zumbi, afinal Tom não é um cara-durão, droga ele nem sabe dar um soco direito, mas sabe que tem que fazer alguma coisa quanto àquele montro, aquilo é simplesmente errado!. Agora imagine se ao invés de redação fosse a casa de Tom, e ao invés de chefe fosse o irmão dele, você conseguiria se livrar do seu irmão se ele fosse um monstro!?